quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Programa 4 (86’):
Cabascabo, Oumarou Ganda, 1969, 48’.
Obra autobiográfica, Cabascabo é o primeiro filme dirigido por Oumarou Ganda. Onze anos depois de Moi, un noir, Ganda, de alguma maneira, responde ao filme de Jean Rouch, encenando sua própria história: a história do retorno à casa de um soldado africano que lutou pela França na guerra da Indochina.
“Oumarou Ganda conseguiu simplesmente manifestar a própria alteridade do africano. Alteridade que reforça (a mil léguas de qualquer folclore, anedota, etc.) linguagens e condutas exatamente como são faladas e filmadas: o que se dizia dos westerns de Anthony Mann ou de Hawks, a rigor, poderia ser uma referência aqui: a câmera está ali, os atores estão ali e isso é tudo. Nem preocupação formal, nem dramatização ou distância : presença na presença, a linearidade do presente.” (Jean-Louis Comolli)
O Wazzou polígamo, Oumarou Ganda, 1970, 38’
Um fiel muçulmano, retornando de Meca, adota o título de “El Hadj”1. Ele não se constrange, no entanto, em cobiçar a jovem Satou, destinada a Garba. Este, furioso, não tem o que fazer senão deixar a aldeia, indo para a cidade. Mas um drama maior explode : a segunda esposa do Hadj, Gaika, não aceita a intrusa e, para impedir o casamento, decide matá-la durante a noite que precede às núpcias.
“Como no seu primeiro filme, em que ele se inspirava na sua própria vida, Oumarou Ganda, bom observador de sua sociedade, inspirou-se em um fato real para escrever o roteiro de O Wazzou polígamo. Através deste filme, Ganda denuncia a poligamia, mas também aqueles que detêm ou pensam deter de uma maneira ou de outra o poder”. (Achille Kouawo)
Prêmio Sementais de Yennenga FESPACO 72; Prêmio da Crítica International do Festival de Dinard 1972.
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